Mais Feliz Mais Produtiva

O PODER DA AÇÃO – RESUMO E CRÍTICA

agosto 27, 2019

Ganhei o Livro O Poder da Ação, do Paulo Vieira, da minha psicóloga há mais de um ano. Ela disse que ele seria muito bom para mim que estava em um momento de incertezas na vida pessoal e na carreira. Comecei a leitura e, sendo bem sincera, o livro não me prendeu. Comecei a ler na época, mas depois ele foi para alguma caixa de mudança e por lá ficou por um ano.

Eu mudei de cidade (de São Paulo para o interior) e a vida ficou mais simples e mais fácil, mas nem por isso eu me senti uma pessoa mais realizada. Muito pelo contrário, acabei me sentindo cada dia mais distante de pessoas e lugares que motivam a gente.

Resolvi voltar a leitura, me dedicar a aprender coisas novas e me distanciar um pouco do mundo digital. Já falei um pouco sobre os malefícios da internet para a vida social e uma das coisas que gostaria de mudar nos meu hábitos era focar em algo produtivo que me gerasse conhecimento e autoconhecimento. Afinal, esse ano que passou não teve efeito e eu ainda vivo incertezas na vida pessoal e na carreira.

Eu tenho graves frustrações com não terminar o que começo, então, resolvi recomeçar algumas coisas, começando por uma das mais simples. A Leitura de um Livro inacabado!

Estabeleci a minha meta audaciosa: UMA SEMANA para 252 páginas. E recomecei a leitura.

Visão geral do Livro o Poder da Ação:

O Poder da Ação, Paulo Vieira – Editora Gente, 2015

O Livro está sempre na lista dos mais vendidos na Amazon, com 4,5 estrelas, de 5. Ou seja, a população que consome livros com uma certa frequência, tende a gostar desse livro. De acordo com alguns reviews que leitores deixaram na própria amazon, o livro O poder da Ação é motivador, ajuda no autoconhecimento e as estimularam a fazer mudanças na própria vida e a se apropriarem mais das próprias decisões e das consequências dessas decisões.


RESUMO – O Poder da Ação

O livro O poder da Ação é dividido em sete capítulos, que segundo o autor são as atitudes que o leitor precisa ter para alcançar o sucesso, ou, como nas palavras do Paulo Vieira, ter uma vida abundante. Farei aqui um breve resumo de cada capítulo. Se você já leu o livro ou quer apenas saber a minha opinião sobre o livro e sobre o tema, pule o resumo e vá direto para a Crítica, abaixo.

Capítulo 1 – ACORDE

Nesse primeiro capítulo o autor convida o leitor a fazer uma análise da sua vida e a diferenciar o que é normal do que é comum. E nesse trecho, e no restante de todo o livro, ele cita exemplos e casos de pessoas que lidam com “problemas comuns” como sobrepeso, problemas financeiros, relacionamentos familiares frios, solidão, etc. Ou seja, problemas que todo mundo tem e são comuns, mas para o autor, não podem ser considerados normais. Muito pelo contrário, para ele, são disfunções.

“Qualquer coisa diferente de Abundância é disfunção, e toda a disfunção deve e merece ser tratada.”

(Paulo Vieira – O poder da Ação)

E ele vai além e define o que é abundância: É ter um corpo saudável que lhe traga prazer e o ajude a chegar em seus objetivos. É pagar as contas e ainda ter dinheiro para ajudar o próximo – ter dinheiro sobrando. É ter uma família que lhe recepcione com amor e empolgação assim que você chegar de um dia de trabalho hiperprodutivo.

Pense: Se isso é abundância, será preciso que mudar algo em mim?

Capítulo 2 – AJA

Após essa análise, da qual, acredito eu, poucos passam ilesos, o autor Paulo Vieira convida o leitor a sair da sua zona de conforto, que ele classifica como uma “combinação de várias mentiras paralisantes com prazo de validade vencido”. E completa, a única coisa capaz de tirar alguém da zona de conforto é a ação direcionada para suas metas, seus objetivos e seus desejos.

Tem poder quem age, e mais poder ainda, quem age certo.

Em seguida, Paulo Vieira propõe a substituição de Historinhas que justificam nossos fracassos por uma profecia (autorrealizável) que traga novos resultados e novos comportamentos.

Exemplo: Para o empresário com problemas em sua empresa a nova história deveria ser mais ou menos assim: “Independentemente de governo, minha empresa é próspera, lucrativa e crescente. Tenho a melhor equipe e minha liderança é supereficaz…”

Que historinha você conta para si e para os outros?

O sucesso, no entanto, não vem da sorte, vem do trabalho, da dedicação, da inovação, de pagar o preço, de andar na direção certa, e depressa. Com a atitude certa, sem perder tempo, focado, sem dispersão e distração.

E para finalizar o capítulo, ele pede ao leitor que pense nas cinco primeiras ações que mudarão drasticamente a sua vida para melhor. Faça esse exercício você também!

Capítulo 3 – AUTORESPONSABILIZE-SE

Trecho do Livro O poder da Ação, de Paulo Vieira
“Você não é vítima de ninguém, nem das circunstâncias”

Talvez esse seja o capítulo mais importante do livro, e também o que trabalha mais a autoconsciência do leitor. A ideia é que não somos vítimas de ninguém, nem de circunstâncias. Ou seja, nós somos os responsáveis por tudo que acontece na nossa vida, e nossas escolhas trazem consequências.

A autorresponsabilide é a crença de que você é o único responsável pela vida que tem levado; sendo assim, é o único que pode mudá-la.

Aqui, apesar do tom acusatório, a ideia é trazer ao leitor um pensamento positivista. Ou seja, fazer com que ele trabalhe com a ideia de que vai alcançar o sucesso se fizer, a, b, c, ou d e motivá-lo a ficar firme nesse propósito, desejando (sonhando, e visualizando mentalmente) coisas boas para si mesmo. Os autorresponsáveis são otimistas e motivados. E nesse sentido, cita Mandela no cárcere e Einstein.

Meu corpo eles podem ter prendido, mas a minha mente sou eu que controlo. Posso responsabiliza-los pelas suas atitudes, porém eu sou o único responsável pelos meus sentimentos.

Mandela

A Imaginação é mais importante que o conhecimento (…) Uma pessoa só começa a viver quando consegue viver fora de si mesma.

Einstein

Como exercício e ferramenta comportamental ele propõe e detalha as “Seis leis para a conquista da autorresponsabilidade”. A quem seguir essas leis, o autor garante que experimentará uma incrível transformação de vida.

Capítulo 4 – FOQUE

Foque: Pessoas Realizadoras não se distraem.

O quarto capítulo começa com uma citação do Steve Jobs:

Algumas pessoas acham que foco significa dizer sim para a coisa que você irá focar. Mas não é nada disso. Significa dizer não às centenas de outras boas ideias que existem. Você precisa selecionar cuidadosamente.

Steve Jobs

Nesse capítulo, fica evidente que o foco do leitor deve ser a Qualidade de Vida e que a diferença entre uma pessoa realizadora e uma pessoa que não atinge todo o seu potencial é o foco. Pessoas realizadoras não se distraem.

A chave para realizar é MANTER O FOCO nos seus objetivos e trabalhar até que a mudança aconteça. Ou seja, ser persistente!

O que te distrai?

O que faz com que você se esqueça do que é importante para você? Identificar esses fatores de distração é o primeiro passo para combatê-los e criar o que o autor chama de ROTINA DE EXCELÊNCIA.

“Devemos ter em mente que uma vida abundante é aquela que contempla ações e comportamentos produtivos em todos os pilares da vida humana”. São 11 os pilares: Espiritual, Parentes, Conjugal, Filhos, Social, Saúde, Servir, Intelectual, Financeiro, Profissional, Emocional, que devem ser trabalhados durante todos os dias da semana, e não concentrados no sábado e no domingo. Nesse sentido, o Paulo Vieira diz que “Felicidade se conquista de segunda a sexta feira.” e os outros dias, o sábado e o domingo, são para viver o ócio criativo, o algo a mais, a cereja do bolo e apresenta uma Agenda da Vida Extraordinária.

Ainda falando sobre foco, o autor descreve três tipos de foco de pessoas realizadoras: o foco visionário, o foco comportamental, e o foco consistente. Além disso, discorre sobre inteligência foco-temporal, que está associada a importância que o individuo dá ao passado, ao presente e ao futuro, e os modelos de comportamento gerados pelo focos. São eles: Modelo de Depressão, Modelo de Ansiedade e o Modelo de Sucesso. Nesse ponto, instiga o leitor a uma auto-análise para definir o modelo predominante em sua vida.

Capítulo 5 – COMUNIQUE-SE

Nesse capítulo o autor destaca a importância da comunicação e das linguagens, verbal e não verbal. Ele trata cada palavra, e cada afirmação, como um profecia autorrealizável e convida o leitor a identificar os seus padrões linguisticos.

Além disso, convida o leitor a trocar padrões linguísticos negativos, p. ex. “Nunca acabo o que começo” por “sempre acabo o que começo”, através de uma reprogramação mental de crenças. Essa reprogramação nada mais é que uma combinação de exercícios. Um deles associa palavras negativas com desprazer ou dor (ele sugere colocar um elástico no pulso e puxar e soltar sempre que falar um padrão negativo). Outro, promove a fixação do padrão linguístico por meio de estímulos repetitivos (ele sugere escrever pelo menos 50 vezes o mesmo padrão positivo).

Mais adiante, no mesmo capítulo o autor fala sobre gratidão e cita uma pesquisa de Robert A. Emmons, autor do livro Agradeça e seja Feliz!.

“Segundo a sua pesquisa, pessoas que comunicam a gratidão possuem emoções mais positivas como alegria, entusiasmo, amor, felicidade, otimismo, e que essa pratica protege essas pessoas de sentimentos negativos como inveja, ressentimentos, ganância e depressão. (…) O indivíduo grato é capaz de lidar com mais eficácia com o estresse diário, sendo mais resistente aos traumas e se recuperando mais depressa de doenças físicas. “

Paulo Vieira, o Poder da Ação

Emmons, também sugere que se mantenha um diário de gratidão para que as pessoas adquiram o hábito de de ficar atentas às coisas boas do cotidiano.

O que impede um pessoa de ser verdadeiramente grata?

  1. Sentimento de inferioridade
  2. Autossuficiência e arrogância
  3. Narcisismo e autoimagem distorcida
  4. Mágoas e ressentimentos
  5. Inveja e comparação
  6. Dificuldade em demostrar os sentimentos.

A maturidade emocional aumenta à medida que conseguimos dar novos significados ao que nos acontece e ser gratos até pelas dificuldades, pelas perdas e pelos dissabores.

A Linguagem Perfeita: O AMOR

Para o autor, a linguagem perfeita é a linguagem do amor. Uma linguagem que “altera a psique, a matéria, e a própria realidade ao redor de quem o comunica”. Quanto ao conteúdo, a linguagem perfeita possui quatro fundamentos: pertencimento, importância, significado e distinção. Abriga, ampara, protege, faz as pessoas se sentirem únicas e diferentes.

A ordem é: “Ame o próximo como a si mesmo” e o autor questiona: “Você comunica amor intenso ao próximo e intenso a si mesmo? Ou você comunica mais amor ao próximo que a si mesmo, ou ama mais a si do que ao próximo?”

“Tudo comunica. O Tom de voz comunica, o olhar comunica, o corte de cabelo comunica, os gestos comunicam, a postura comunica. Até a omissão e ausência comunicam”

O autor segue esse capítulo (o mais longo e importante de todo o livro) falando sobre a comunicação não verbal. Sobre como a mente muda o corpo e como o corpo também tem o poder de mudar a mente, citando a pesquisadora Amy Cuddy (aquela do famoso TED talk: Sua linguagem corporal molda quem você é, ou “Fake it until you make it”) e a sua pesquisa sobre a relação da postura e movimento com a liberação de hormônios como ocitocina, cortisol e testosterona, que estão intimamente ligados com amor, alegria e o estresse, respectivamente.

Capítulo 6 – QUESTIONE

Saber fazer as perguntas certas direciona o nosso querer e nos faz pedir o que de fato é benéfico. Boas perguntas, invariavelmente nos mostrarão caminhos, porém apenas as melhores perguntas vão nos mostrar os propósitos e os valores por trás do que queremos e de como pensamos em realizar.

Paulo Vieira, O Poder da Ação

Os verdadeiros super-humanos sabem questionar a si mesmos a ponto de descobrir os seus propósitos e seus porquês. Eles descobrem seus valores pessoais e sua missão de vida, que estão por trás do que pensam, sentem e fazem. Descobrem uma fonte de combustível inesgotável que fará com que cheguem aonde pessoas comuns sequer cogitam. Essas pessoas deixam um legado na Terra. (…) Questionam seus limites, suas origens e seus medos, questionam tudo o que pode, de alguma maneira, ser melhor. Não procuram atalhos para as suas perguntas e nem buscam as respostas mais fáceis. Não basta saber questionar, é necessário buscar as respostas. Jamais a resposta será ou estará somente nela mesma.

As Perguntas Poderosas de Sabedoria (PPS)

Nesse capítulo, Paulo Vieira, detalha um conceito criado por ele, que foi usado durante todo o livro: As Perguntas Poderosas de Sabedoria (PPS). Segundo ele, as PPS geram plenitude e abundância de vida. Abaixo as características das PPS:

  1. Orientadas principalmente para o futuro
  2. Orientadas para a ação e a reflexão
  3. Orientadas para a Solução
  4. Orientadas para metas e objetivos
  5. Orientadas para a autorresponsabilidade

O exercício do capítulo consiste em fazer pelo menos 10 PPS sobre 5 coisas que estão ruins na sua vida e ao seu redor que podem ser melhoradas. Ele usa o exemplo de uma pessoa com uma vida financeira ruim e apresenta perguntas como: “Existe alguém que estava como eu financeiramente e em pouco tempo deu a volta por cima?” ou “O que preciso fazer prosperar financeiramente, aumentando a minha renda em 50%?”. “Que preço estou disposto a pagar pelo sucesso financeiro?”. “Em quem me transformarei quando for uma pessoa realmente rica?”.

Ao final do capítulo 6, o autor apresenta o método de Autocoaching e detalha suas etapas. Autocoaching “trata-se de questionar as possibilidades como estilo de vida. É perguntar todos os dias “por que não?””. É um processo profundo que usa como base as PPS focadas em um objetivo específico, visualizável, temporal e desafiador. O objetivo do autocoaching é promover autorresponsabilidade, clareza de propósito e um pacote de ações e decisões consistentes na direção do objetivo. Deve ser usado na busca de metas desafiadoras e na resolução de problemas. As Etapas estão detalhadas e exemplificadas no livro.

Capítulo 7 – CREIA

Segundo o autor, nossas crenças são programações mentais em formas de circuitos neurais que possuem informações ou programas que regem e comandam todos os comportamentos e todas as respostas humanas aos estímulos recebidos.

Nós podemos reprogramar nossas crenças através do aprendizado e do treinamento porque possuímos plasticidade neural. Para que novos estímulos produzam mudanças, eles precisam ser repetidos muitas vezes ao longo do tempo ou apenas uma vez com forte impacto emocional.

O capitulo segue falando sobre a autoestima, que é o bem-querer que uma pessoa tem sobre si mesma. Para tanto, ela precisa ter uma combinação de três crenças: a crença da identidade (eu sou), a crença da capacidade (eu posso, eu sou capaz) e a crença do merecimento (eu mereço).

“Quando você de fato souber quem você é, e através de um autoquestionamento descobrir seu propósito e sua missão de vida, terá um poder de realização sem medidas e tudo ao seu redor conspirará para você fazer algo grandioso”.

“Tudo que um indivíduo é e se torna capaz de fazer, vêm do aprendizado de tudo que ele viu, ouviu e sentiu principalmente ao longo da infância, quando a plasticidade neural é máxima. Por isso, são os pai e o ambiente do lar que farão toda a diferença na vida futura da criança. (…) Pais emocionalmente hábeis em educar seus filhos formarão filhos capazes e vencedores não importando o meio em que esses vivem.

A mudança:

Boa parte da humanidade anda perdida em busca de coisas passageiras e efêmeras que lhes faça se sentir melhor a respeito de si mesma, como a mídia do consumo induz. Quando buscamos “ter” antes de “ser” queremos compensar a maneira frágil e deficiente que nos acreditamos que somos.

A importância que você dá as pessoas e a si mesmo deve basear-se primeiro no ser, depois no fazer (profissão, cargo, etc) e por fim, com menos importância, no que tem (dinheiro, patrimônio, etc).

TER é consequência do que o seu SER lhe permitiu FAZER.


CRÍTICA – O PODER DA AÇÃO:

Acredito que o livro cumpre o seu papel de inspirar e motivar as pessoas a saírem de suas zonas de conforto e tomarem atitudes diante dos problemas que enfrentam em suas vidas, mas deixa a desejar em muitos aspectos.

Para embasar a minha crítica, falarei das aplicações práticas do livro para a minha vida, onde considero que o autor peca e por fim, deixarei algumas considerações.

Poder da Ação, para a minha vida…

O capítulo do foco foi o mais interessante para mim. A principal razão é porque tem a ver com o meu trabalho e com tudo que escrevo aqui para você. Mas, também, porque ele apresentou formas diferentes de encarar o foco, e também de mudar o foco. Mudar o foco para o futuro, para as coisas boas (que merecem ser lembradas) do passado, e para visões otimistas do presente que gerem atitudes positivas e direcionadas. Isso é o mais importante! Saber onde se quer chegar, usando o que aprendemos e as habilidades adquiridas ao longo da vida, inclusive com os erros.

Os erros, por sua vez, não devem ser encarados como fracassos, e sim como parte do processo. Se você tem remorço dos erros cometidos, com muita certeza, terá medo de errar. E errar, como já disse, faz parte do processo. Para crescer, para aprender, você vai precisar errar! E aprender significa mudar!

Onde o Autor Peca

No meu ponto de vista, em O Poder da Ação, o autor peca, e muito, quando mistura religiosidade, principalmente o cristianismo, com teorias de física quântica e do poder do pensamento e das palavras. Para mim, que sou cristã, essas coisas são totalmente excludentes.

Além disso, a meu ver, promove uma simplificação exagerada do indivíduo, muitas vez colocando pessoas em caixinhas (boa, ruim, com valor, sem valor, sem importância, mais importante, não atraente, mais atraente) e supõe que busquemos nos relacionar apenas com aquelas pessoas que julgamos que podem nos trazer benefícios.

A teoria da autorresposabilização, para mim, também é uma teoria bem rasa, que, se levada ao pé da letra, pode produzir muito mais indivíduos frustados e com sentimentos de incapacidade do que super-humanos que tem vida em abundância.

A vida é dinâmica e somos constante influenciados por fatores externos, as vezes, até inconscientemente. Esse controle total sobre nossas atitudes, nossos sentimentos e nossos pensamentos é completamente irreal. Acredito que existam pessoas muito resilientes, que desenvolveram isso ao longo dos anos e depois de muitas experiências, no entanto, essas mesmas pessoas podem ser muito sensíveis em outros aspectos.

Por fim, minha crítica principal está associada diretamente ao processo de Coaching. Não consigo entender a crença de que é possível promover mudanças extraordinárias, num período mínimo de tempo, muitas vezes, mudando simplesmente (como se fosse fácil) a forma de pensar do indivíduo – a tal reprogramação.

Considerações Finais sobre o Poder da Ação de Paulo Vieira

Julgando pelos últimos parágrafos, pode parecer que ficaram apenas críticas ao livro, mas não. Muito pelo contrário. Reconheço que o conteúdo é interessante e traz contribuições práticas para o dia a dia, além de promover o autoconhecimento no leitor. Também contribui ao trazer para o leitor comum, algumas visões cientificas sobre o comportamento humano, apesar de falhar no detalhamento ou na precisão de algumas delas. Um exemplo é quando fala que experiências de adversidade na infância alteram a ESTRUTURA DO DNA. O que, além de incorreto, não tem nenhum embasamento científico.

As experiências pessoais que o autor usa para exemplificar situações do dia-a-dia e a forma como as pessoas lidaram com as dadas situações funcionam bem no livro, como uma espécie de micro-biografias.

Por fim, acredito que o livro cumpre o seu papel de inspirar e motivar as pessoas a saírem de suas zonas de conforto e tomarem atitudes diante dos problemas que enfrentam em suas vidas. Nesse aspecto, ao meu ver, reside o mérito do autor.


Permita-me fazer um adendo sobre o processo de escrita dessa crítica. Você se lembra que falei lá no começo que estava reiniciando a leitura do livro e que terminá-lo em uma semana seria a minha meta? Eu não consegui. Me atrasei alguns dias. Já o processo de escrita dessa crítica e desse resumo foi ainda mais desafiador que a leitura do livro.

Queria trazer algo completo, que abordasse todos os aspectos principais de O poder da Ação com o devido distanciamento e deixar o meu ponto de vista apenas para o final. Foram mais de dois meses, entre escrever, desistir, voltar, enrolar, continuar a escrever, sofrer, desistir novamente e finalmente sentar por um longo dia e acabar. Agora fica a agradável sensação do dever cumprido e as inquietantes questões: porque me dei o trabalho? Será que alguém vai mesmo dedicar o seu tempo a essa leitura? Valeu a pena o tempo que gastei com isso?

Terá valido se você chegou até aqui e se você tomou a decisão de ler, ou não ler, o livro O Poder da Ação.

Se você chegou aqui, por favor, deixe um comentário para eu saber e me diga o que achou da leitura ou do livro.


Receba Novos Conteúdos como esse diretamente no seu e-mail

You Might Also Like

24 Comments

  • Reply 10 lições que Aprendi sobre Autoconfiança - Foco na Produtividade outubro 10, 2019 at 10:11 pm

    […] próximo de pessoas que te motivam a fazer o que ama são atitudes que ajudam a superar os sentimentos de inferioridade e transpor a barreira da […]

    • Reply Maria Roseli Costa Lemes Silva janeiro 24, 2021 at 4:29 pm

      Quero agradecer pela sua dedicação
      Muito obrigada.
      Decidi comprar pra ler na integra este livro.

      • Reply Valéria janeiro 18, 2023 at 3:07 pm

        Quero parabenizá-la pela sua dedicação
        Decidi comprar o livro para ler na íntegra
        abç

    • Reply Nestor dezembro 20, 2022 at 12:26 am

      Obrigado, Mira.
      De fato, vc fez uma análise mais profunda do livro, não somente um breve resumo.
      Sua avaliação me fez decidir pela compra, obrigado.

  • Reply Socorro de Oliveira dezembro 10, 2019 at 9:20 am

    Oi Mira
    Acabei de ler todo seu resumo e crítica sobre o Livro O Poder da Ação, na verdade, iniciei a leitura pensando em outro livro (confundi o título), mas valeu! Também iniciei a leitura do livro e por vezes desisti. Mas, estará incluso em meus Habit Tracker ler alguns livros pendentes e este será um deles.
    Parabéns pelo texto, acredito que você conseguiu atingir as “entre linhas” dos capítulos e sua crítica serve para compreendermos a dificuldade de um único livro abordar uma variedade de temas tão complexos, como religião/espiritualidade, psicologia e outros.

    • Reply Mira Melke dezembro 10, 2019 at 8:01 pm

      Olá Socorro! Muito Obrigada pelo comentário!
      Confesso que quando vi o tamanho que ficou esse post, pensei que ninguém fosse dar conta de ler ele todo. rs
      Parabéns pela sua dedicação! O livro traz bons ensinamentos e espero ter conseguido passa-los adiante.
      Eu também vivo confundindo esse o Poder da Ação com o Poder do Hábito (esse também está na minha lista, mas ainda não consegui ler). São livros completamente diferentes, apesar do título parecido. (Isso foi pensado, com certeza… rs)
      Um beijo!

  • Reply Jessica dezembro 17, 2019 at 9:55 am

    Oie, adorei tudo que você colocou aqui…desde o resumo de cada capítulo, até a sua critica, mostrando o que foi bom, e no que pecou um pouco. Também sou cristã, e tenho uma visão bem parecida com a sua… No fim das contas, acho que vale a leitura hehe
    Beijos

    • Reply Mira Melke dezembro 17, 2019 at 10:20 am

      Sim, sempre podemos aprender, principalmente com o que é diferente! Obrigada pelo comentário 🙂

  • Reply Juliana Conceição da Silva Félix Felipe janeiro 2, 2020 at 10:43 am

    Muito boa sua análise do livro.
    Pretendo ler em breve.

  • Reply Rafael janeiro 5, 2020 at 10:23 pm

    Muito obrigado pela sua dedicação e resolve investir nesta leitura.

  • Reply Daniela janeiro 8, 2020 at 5:18 pm

    Parabéns pelo texto. Ainda não li o livro, mas está em minha lista.

  • Reply Jane Faria abril 1, 2020 at 10:11 am

    Mira, bom dia!

    Li o livro e achei muito interessante as questões relacionadas a motivação, o que me parece seguir a linha da auto ajuda.
    No geral o que ficou na minha cabeça é que o autor tem uma visão capitalista, focada na prosperidade. Um exemplo que ele dá é de que devemos ganhar muito dinheiro para ajudar outras pessoas. Acredito que aja muitas outras formas de ajudar sem sem através do dinheiro.

  • Reply Agnes Caroline junho 30, 2020 at 12:42 pm

    Obrigada pelo tempo dispendido para se dedicar a essa resenha. Sim, com certeza seu tempo foi bem aproveitado.
    Conteúdo irretocável e pertinente as críticas. Você leva jeito!!!

    Abraços e sucesso no blog.

  • Reply Beatriz julho 20, 2020 at 1:59 pm

    Oii Mira, como está ?
    Primeiramente parabéns por todo seu engajamento na escrita desse resumo/crítica. Confesso que deveria ter lido antes do que comprado o livro!
    O início da leitura estava agradável mas ao decorrer comecei achar um teor de ambição muito grande.. Concordo plenamente com a parte em que você cita o que autor pecou, na minha visão os erros são os mesmos. Muito obrigada por toda sua dedicação, amei seu conteúdo.

    Abraços <3

  • Reply Djalma Palma agosto 11, 2020 at 5:03 pm

    Mira, boa tarde!
    Não li o livro, mas fiz a leitura do seu texto e achei bem interessante. Inclusive, de acordo ao seu relato, acredito que o objetivo de conseguir lê o livro foi atingido por conta do desafio em escrever a resenha crítica.
    PARABÉNS!!!

  • Reply Eliane setembro 28, 2020 at 5:57 pm

    Boa tarde,

    Adorei o seu resumo e principalmente a crítica.
    Eu estava em dúvida se ia ler ou não este livro e seu texto me ajudou a decidir.

    Obrigada !!!

    • Reply Mira Melke setembro 29, 2020 at 3:12 pm

      Fiquei na dúvida, Eliane. Você decidiu por ler ou por não ler? rs

      Um abraço!

  • Reply Shaiane Perez Brod dezembro 16, 2020 at 8:58 am

    Bom dia Mira, adorei a critica. tive algumas experienccias em cursos de coach e confesso que estou relutante em ler, seguir coachs.
    A critica foi otima, principalmente “promove uma simplificação exagerada do indivíduo, muitas vez colocando pessoas em caixinhas (boa, ruim, com valor, sem valor, sem importância, mais importante, não atraente, mais atraente) e supõe que busquemos nos relacionar apenas com aquelas pessoas que julgamos que podem nos trazer benefícios.”
    Me incomoda esse INTERESSE, so se aproxima se tem beneficios. enfim, parabens pelo texto. irei ler mais e mais.
    E estava saindo para comprar o livro me ajudou a decidir tbem.
    Bjinhos

    • Reply Mira Melke dezembro 18, 2020 at 4:09 pm

      Olá Shaiane, fico feliz em ajudar com a sua decisão. 🙂
      Um grande beijo!

  • Reply Rovena Amorim abril 5, 2021 at 4:56 pm

    Maravilhoso o conteúdo. Estava com esse livro um bom tempo parado, mas depois deste resumo, senti uma motivação para voltar a leitura e alcançar minhas metas. Claro, respeitando o meu tempo de desenvolvimento.
    Muito obrigada!

  • Reply Rodrigo Ferreira maio 17, 2022 at 8:51 pm

    Minha nutricionista me indicou e emprestou a cópia dela. Estava em um momento dificil (ainda estou) e ela achou que poderia me ajudar. Ela é muito centrada nessa história de “coachs” e “auto-ajuda”. Considero isso um charlatanismo misturado com as ideias mais óbvias sobre as pessoas (igualzinho a astrologia).
    Comecei a ler o livro. Não aguentei as primeiras páginas do primeiro capítulo. Talvez minha inclinação a detestar essa nova religião de autoajuda que se formou atualmente tenham interferido. Mas não vou gastar horas preciosas do meu dia e formar sinapses para ler algo tão superficial e enganador.
    Pra não ficar feio com a nutricionista, fui atrás de um resumo, só pra poder falar alguma coisa e ela pensar que eu li o livro. Adorei tanto o seu resumo quanto a sua crítica. Essa opinião do autor de que até relacionamentos devem ter algum interesse por trás, ou eles não valem a pena, é horrenda. Tira toda a humanidade das pessoas e a substitui por ganhos futuros e lucros.
    Enfim, obrigado demais por ter escrito esse texto! Me deixou mais feliz ainda por não ter gasto tempo com esse panfleto.

  • Reply Maria do Socorro Silva janeiro 11, 2023 at 1:04 pm

    Oi Mira,
    Li todo o post sobre o livro. Sou meio resistentes a esse tipo de conteúdo do livro. Até tento ler alguns, mas, como muitas pessoas , o conteúdo não me prende, ou simplesmente não concordo com as abordagens, e desisto. Mas, também me sinto culpada ou frustrada por não finalizar a tarefa de ler, para depois tirar minhas conclusões. Enfim, eu gostei e concordo com sua conclusão. Só não sei se algum dia lerei o livro, até por quê, já tenho alguns parados (risos), que quero retomar e finalizar.
    Obrigada!

  • Reply Flávia Costa Tavares Maciel fevereiro 20, 2024 at 9:41 am

    Olá Mira, obrigada por esse parecer.

    Eu estou lendo o livro . Já estou na metade. E assim tem algo que me incomoda nessa leitura, até por isso vim procurar opiniões e criticas sobre o livro. Eu também não acho legal ele trazer conceitos cristãos neste livro, a forma como é colocado . A i impressão que eu tenho durante a leitura, é que não da pra levar a sério os conselhos, algumas abordagens .
    Mas, em fim, ler seu ponto de vista me ajudou . Muito obrigada viu !

    • Reply Mira Melke fevereiro 21, 2024 at 9:35 am

      Oi Flávia, fico feliz com seu comentário. Mas a parte religiosa eu estou entendendo mais o porque de estar alí. Isso Repercute muito nas pessoas. Elas levam para o lado emocional. SAbe, recentemente eu vi uma versão desse livro para crianças e fiquei tão chateada. É até crimonoso você falar com crianças sobre a auto-responsabilização do jeito que esse livro aborda. Em que mundo que a criança é responsável por aquilo que acontece com ela? São as escolhas dos pais que impactam a criança. Criança não conhece futuro, não pensa nele como algo que a ação presente dela pode influenciar, e nem deveria né? Deixem as crianças serem crianças!!
      Um abraço. Desculpa o desabafo. kkkk

    Leave a Reply