A amamentação me ensinou muito sobre Persistência. A Luana mamou até dois anos, mas só começou a mamar depois dos 3 meses.
Escrevi esse relato quando ela ainda era bebê, publiquei no facebook, mas nunca tinha deixado registrado. Faço isso aqui, porque nesse blog também falo sobre maternidade e porque, amamentar a Luana, para mim foi a maior vitória da minha vida e me ensinou o quanto é importante insistir e resistir nas coisas que sabermos que é certo.
Minha filha fará 4 meses na próxima semana e não faz nem um mês que ela começou a mamar de verdade.
Ela nasceu um pouquinho antes do tempo e no começo era muito preguiçosa e não fazia a pega corretamente. Ela era muito pequena e o meu seio muito volumoso. Mas eu fazia questão que ela fosse alimentada com o meu leite.
Já nos primeiros dias comecei a ordenhar o leite com uma bombinha elétrica, assim, mesmo ela não conseguindo mamar, eu conseguia estimular a produção do leite. Saí da maternidade com prescrição de fórmula e inconformada.
Meu medo era o parto. Nunca imaginei que teria problemas com a amamentação.
Tentamos muitos métodos para “ensiná-la” a fazer a pega correta e tínhamos muito trabalho tentando mantê-la acordada no processo. Quando estava bem desperta, se tornava irritada e não conseguia fazer a pega de tão nervosa que estava. Por fim, oferecíamos o leite no copinho, por translactação, na colher dosadora e todo meio possível.
Eu estava ficando exausta e o meu peito estava produzindo bastante leite. O bico do peito estava super sensível e a mama estava sempre muito cheia, as vezes empedrada. A ordenhadeira não dava conta e o processo era muito demorado. Tira o leite, prepara toda a parafernalha, oferece o leite, coloca para arrotar, esteriliza tudo e começa tudo outra vez.
Com um mês eu já estava acabada, mas a minha filha estava ganhando peso e crescendo saudável com o meu leite. Valia a esforço.
Meu marido e nossa família me apoiaram muito e até revezavam nas tarefas para eu poder descansar um pouco. Vendo minha agonia a pediatra sugeriu que déssemos a mamadeira, ainda que com o meu leite. Considerei a mudança como um passo atrás no processo da amamentação, já que toda mamadeira vem com um aviso que seu uso prejudica o aleitamento. Mas foi necessária.
Ficamos mais um mês com a mamadeira e o leite materno. Nesse meio tempo, pelo menos uma vez por dia eu tentava oferecer o peito e era uma briga, uma agonia, um sofrimento e muita dor. Parecia que ela mastigava meu seio. Cheguei a tomar remédios para conseguir fazer a ordenha de tanta dor que sentia.
Ela foi crescendo e eu resolvi não pegar mais tão pesado com a pequena. Se ela realmente não mamasse eu não ia me sentir mais tão culpada e ia continuar firme na ordenha.
Quando ela estava perto de completar 3 meses, ela começou a fazer a pega mais corretamente e passei a colocá-la com mais frequência no peito. Aí ele começou a rachar e chegou até a sangrar. Eu chorava de dor enquanto ela mamava. Algumas vezes cheguei a desistir e voltar para a mamadeira.
O mamilo foi calejando, a pega dela melhorando e estamos felizes comemorando duas semanas sem ver a mamadeira. Até perdi a vergonha de amamentar em público.
Amamentar hoje tem sido um prazer e um dos maiores motivos de orgulho. Eu não desisti, por ela.
Luana parou de mamar voluntariamente pouco depois de completar dois anos. Minha meta era manter a amamentação com leite materno exclusivamente até os seis meses para protegê-la de doenças e alergias, que são muito presentes nas nossas famílias.
O leite materno protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias. Ele também diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, além de reduzir a chance de desenvolver obesidade. Crianças amamentadas no peito são mais inteligentes. Há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo. Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas evitáveis.
Blog da Saúde – Ministério da Saúde
Considero a amamentação a maior vitória da minha vida porque foi algo muito penoso, que me exigiu um esforço gigantesco. Só consegue entender a magnitude do nosso esforço, meu, da Luana e da família quem esteve presente. Hoje, aos três anos, a saúde da Luana é ótima. Ela tem um quadro bem esporádico de alergias respiratórias por conta de clima e poluição, mas já aprendemos a lidar com isso. Temos certeza, e a Pediatra já disse, que se ela não tivesse mamado por tanto tempo, a saúde dela seria bem pior e os quadros alérgicos também.
Os exames de alergia dela deram todos negativos!
E para você? Qual foi a sua maior vitória? Deixe seu relato nos comentários. Vou amar ler!
3 Comments
Muito inspirador! Obrigada pelo relato!
Érica! Conte comigo! Um beijo!
Obrigada por compartilhar sua história. De fato, muito inspirador!!