Minha filha de dois anos estava assistindo um desenho que ela mesma escolheu no Netflix. As crianças de dois anos são assim: Basta verem um celular desbloqueado que elas já conseguem chegar exatamente onde querem! Mas não é sobre o meu pequeno prodígio tecnológico que gostaria de comentar. É sobre o conteúdo do desenho em si e sobre o que ele me ensinou sobre confiança.
Caso você queira assistir ao episódio específico, o desenho se Chama True and the Rainbow Kingdom (Vera e o reino do Arco Íris), e o episódio em questão é o primeiro da série e se chama Super Duper Dance Party. É uma produção original do Netflix!
Atenção – o conteúdo a seguir contém Spoillers
Nesse episódio, somos apresentados a um DJ que foi convidado para tocar em uma Super Festa no Reino do Arco-íris. Ao chegar no Reino, ele é recepcionado por uma menina que se dizia a melhor dançarina do reino e que todos iriam ficar impressionados com o quão bem ela dançava. Para “tirar vantagem” de ter ido receber o DJ, ela resolve levá-lo para sua casa para ensaiarem juntos – ele tocando e ela dançando.
Mas nesse ensaio, a dançarina acaba se irritando porque a música que o DJ estava tocando era uma música que todo mundo queria dançar e como todo mundo dançaria em volta dela ela seria “atrapalhada” pelo outros. Aí ela pede para ele tocar outra música, uma que só ela dançaria, para que assim todos pudessem observar ela dançando. O DJ tenta uma nova música, mas mesmo assim as outras pessoas continuaram a dançar junto e ela tropeça. Frustada, a menina então o faz pensar que ele não deve ser um DJ tão bom assim, já que ela não consegue dançar.
O problema é que o pequeno DJ tem problemas de autoconfiança, e acredita no que a menina falou. Cabisbaixo, ele decide ir embora do reino, desistindo de tocar na festa.
True, a personagem principal do desenho, percebendo a demora do DJ em chegar, resolve ir atrás dele e o vê triste, deixando o reino. Depois ela conversa com a menina dançarina e percebe o que a amiga havia feito. Aí, ela assume a missão de devolver a confiança do DJ e levá-lo para animar a festa. Mas para isso, ela vai precisar da ajuda da árvore dos desejos.
Na árvore dos Desejos, ela encontra um amigo que cuida dos desejos. True explica que está com problemas e que sem o DJ a festa não vai acontecer. Aí o amigo sugere: Vamos sentar e pensar! E numa conversa bem adulta, eles percebem o problema: o DJ não está mais confiante. Nesse momento, o gato de estimação da True pergunta o que é confiante. Então o amigo responde: É quando você sabe que pode fazer algo bem. A história segue com a True e seus amigos tentando convencer o DJ de que ele é bom no que faz e de que todos amam a sua música. No fim, todos dançam animados e até a menina dançarina assume que dançar com todo mundo é muito divertido.
Esse é um desenho para crianças, mas tem muito a ensinar até para nós, adultos, sobre como ser autoconfiante.
As 10 lições:
- Pessoas com excesso de confiança podem abalar a nossa autoconfiança.
- Críticas de pessoas em posições de superioridade podem ser muito destrutivas se você tem problemas de autoconfiança. Porque você vai além da crítica e assume a critica como o defeito pessoal e se inferioriza.
- Isso te paralisa e te faz desistir das coisas/pessoas que gosta, acha legais e ama porque duvida de si mesmo e da sua capacidade de fazer algo bem feito.
- Sentar e pensar, ver o problema de um outro ângulo, pode te ajudar a perceber que o problema está na falta de confiança e não na falta de capacidade/habilidade.
- Melhorar o humor é um ótimo primeiro passo para ganhar autoconfiança.
- Estar próximo de pessoas que te motivam a fazer o que ama são atitudes que ajudam a superar os sentimentos de inferioridade e transpor a barreira da auto-aceitação. Pois, as pessoas que te motivam vão reconhecer os seus méritos e fazer você se sentir melhor. Já fazer o que ama te motiva a ir além, a se empenhar e a querer melhorar sempre.
- Mesmo vencendo muitas barreiras, você pode voltar a se sentir mal, e isso é absolutamente normal. Mas, as vezes, somente você pode resolver a situação, num processo de auto-aceitação e auto-afirmação. É preciso vencer o Síndrome do Impostor.
- Aceitar ajuda é importante! Mesmo que você seja capaz de fazer algo sozinho, talvez, em grupo, vocês podem fazer melhor. Um complementa o outro!
- Faça o que você ama mesmo que você não tenha plateia. Não faça pela aceitação social, por prêmios, por dinheiro, faça porque você ama!
- Por fim, reconheça o seu mérito! Se anime, se presenteie. Agradeça as pessoas que te ajudaram, retribua favores e peça desculpas, quando for necessário! (Essa última parte faltou na série e confesso que fiquei esperando…)
Apesar de ter aprendido bastante com esse desenho, e estar aqui dando dicas de como ser autoconfiante, eu preciso assumir:
Sim! Eu tenho problemas com autoconfiança!
Nós precisamos discutir mais sobre como ser autoconfiante, no trabalho, na família, na escola, no consultório psicológico e até no momento de lazer. O tema é delicado e não existem fórmulas para ser mais confiante . Mas existe o amor, a empatia e o carisma e, com certeza, essas são virtudes que podemos trabalhar!
Vamos conversar sobre isso?
1 Comment
Oi Mira!! Achei o seu blog quando estava procurando um calendario pra baixar e seguir uma rotina de foco nos estudos e determinação para mudar a minha vida, dai navegando pela sua pagina me deparo com esse texto e como me identifico nele!!
Na altura dos meus 38 anos, formada, desempregada e sem saber pra onde ir e diante de tantas tentativas ou mesmo paralisias de nem conseguir tentar me sinto frustrada e a todo tempo trabalhando a minha auto estima e auto confiança para entender que o meu destino depende unica e exclusivamente de mim!